quinta-feira, 16 de março de 2017

Clã do Subúrbio está gravando novo disco. Por Graziela Tillmann

Clã do Subúrbio está gravando novo disco.
por Graziela Tillman
via Grito Coletivo


Desde 2015 o Clã do Subúrbio está trabalhando no seu novo cd, Tóxico Ao Sistema. Com previsão de lançamento para maio, a versão física do álbum trará 16 faixas; no qual 12 delas já estão finalizadas. O novo som é produzido pelo Estúdio 2K.

O nome Tóxico Ao Sistema surgiu com influência de um incêndio químico ocorrido na cidade em 2013, causando 3 dias de desespero por conta da fumaça que encobriu o céu de vários bairros na região. As músicas trazem letras de posição forte ao que pensam da sociedade: “a gente tentou abordar bastante coisa, como a crítica ao governo, contra o sistema”, fala Malévigo, integrante do grupo.

Os 5 integrantes, Malévigo, Dézão, Orbital, DJ Stat e MC M estão juntos desde 2012 e também tem um estúdio, o Calabouço Produções, onde produzem beats e algumas músicas próprias e de outros rappers da ilha. Eles costumam se apresentar em outras cidades também como Joinville e São Bento do Sul.

O último clipe do Clã se chama Sabedoria e você confere ele no YouTube:

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Luciferiano: o opositor.

Com quase 20 anos de estrada, a Luciferiano tem uma longa história e muito material lançado. Atualmente os caras estão gravando um disco por aqui e a gente aproveita a deixa pra saber mais sobre o trampo e o que os caras pensam sobre a cena aqui da nossa região! Por Paulo Reis.


[Grito Coletivo] Ano da formação?
[Luciferiano] R:  O Luciferiano foi formado em 1999.

[Grito Coletivo] Quem são os Integrantes?
[Luciferiano] R:  Antonio Gonçalves (guitarra), Fernando Atanázio (vocal),  Gilson Mjolnir (bateria) e Waldecir Monteiro (baixo).

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Luciferiano] R:  Metal pesado.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Luciferiano] R:   As influências saem das bandas clássicas tradicionais 80’s até as mais extremas dentro do metal.

[Grito Coletivo] Quantos discos/ep’s vocês já lançaram?
[Luciferiano] R:  No ano de 2000 lançamos a nossa demo independente com o nome “Luciferiano” que foi relançada pelo selo paranaense “Chaos 666 Records” em 2001. No ano de 2006 lançamos o nosso primeiro álbum oficial pelo selo paulista “Sonic Blaster Music Label” e em 2012 lançamos nosso segundo álbum oficial “O Opositor” que foi uma parceria entre 14 selos brasileiros.

[Grito Coletivo] Soube que vocês já estão gravando o próximo disco e que desta vez será produzido aqui em São Chico, é isso mesmo?
[Luciferiano] R:  Sim, neste ano de 2016 lançaremos o nosso terceiro álbum oficial e mais um 7’ep  onde já demos inicio as gravações em São Francisco do Sul.

[Grito Coletivo] Onde e quem está produzindo?
[Luciferiano] R:  Estamos gravando no Estúdio 2K com a produção de Kelwin Grochowicz.

[Grito Coletivo] Qual o motivo da mudança de cidade para a produção?
[Luciferiano] R:  Antes de optarmos por outro estúdio gravávamos as guitarras, baixo e vocal na cidade de Joinville e a bateria em Blumenau.  A mixagem e masterização era feita em Porto Alegre.  Ouvimos alguns trabalhos feitos pelo Estúdio 2K e achamos interessante além da facilidade em acompanharmos de perto  todo o processo.

[Grito Coletivo] Irão prensar este próximo disco?
[Luciferiano] R:  Os nossos próximos lançamentos serão oficiais também e os selos envolvidos  deverão prensá-los na Zona Franca de Manaus.

[Grito Coletivo] Fazem parte de algum grupo/coletivo/associação que faz trabalho extracampo pela cena?
[Luciferiano] R: Os trabalhos extra-campo são feitos pelas gravadoras que nos lançaram, zines, revistas especializadas, páginas e sites na internet.

[Grito Coletivo] Veem alguma importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Luciferiano] R:  Este é um assunto muito complicado pois envolve vários fatores considerados cruciais e, este engajamento, tanto pode ser positivo quanto negativo, porém, é muito importante tentar fazer as coisas acontecerem, mesmo que o objetivo dê errado.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana e (ou) Joinvilense de progredir mais?
[Luciferiano] R: A música faz parte de uma educação cultural e o “progresso”, em qualquer esfera,  se desenvolve sempre em passos lentos.  A música (no geral) levou milhares de anos para chegar onde está agora  e  esperar um alto desenvolvimento repentino deixando a classe “mais confortável” é meio complicado.  É preciso ter paciência, insistência e saber que os resultados são graduais e a longo prazo.



[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana e (ou) Joinvilense?
[Luciferiano] R:  A dedicação ao que gosta de fazer é a maior eficiência dos músicos e envolvidos nas cenas das duas cidades, já a deficiência é o inverso disto.

[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas cenas?
[Luciferiano] R:  Apenas o número de pessoas envolvidas, que está relativo aos tamanhos da duas cidades.

[Grito Coletivo] Analisando desde o início da carreira de vocês, as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Luciferiano] R:  Bom, existe uma coisa muito importante chamada “propaganda”.  Os nossos primeiros 2 anos (1999 e 2000) foram dedicados as gravações e divulgação do nosso trabalho, não nos importávamos muito com shows, queríamos apenas que os selos e as pessoas da cena conhecessem nosso trabalho.  Depois de uma propaganda massiva para o Brasil inteiro, na época era somente através de correspondências via correio,  começamos a receber vários convites para nos apresentarmos em muitas cidades de alguns estados brasileiros e participamos de grandes festivais do gênero.  Isto abriu as portas para nós lançarmos os materiais que viriam a seguir e a vários outros convites de shows.  Passados 17 anos de insistência, hoje as coisas estão bem mais fáceis.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[Luciferiano] R:   Em 2016 já nos apresentamos na oitava edição do “Fear Fest” que é um dos maiores festivais de Santa Catarina e estamos fechando mais algumas apresentações para este primeiro semestre que estão em processo de negociação.  Mas o nosso maior foco neste ano será nos lançamentos do 7’ep e do nosso 3° álbum.




Santo de casa fazendo milagre!

E quem diria que a Festilha seria salva pela mãos dos músicos São Chicanos! Como assim salva, alguns podem perguntar? É que só agora com esta retomada dos músicos e inserção dos mesmos de forma contundente (palco autoral) é que a festa pode voltar a ser chamada de festa das tradições da ilha. Vamos comemorar o feito dos nossos prodígios da Associação Cultural do Rock Francisquense. Vida longa ao rock São Chicano!




sexta-feira, 8 de abril de 2016

Stammer e o hard'n'heavy.

Nos conhecemos superficialmente, mas isso não me impediu de ver um grande feito seu que admiro muito: parou e focou sério em música autoral. Resultado: Ep e videoclipe. Mesmo tendo a base da sua banda em Joinville, Lucas Stammer abraçou a causa da cena daqui e está engrossando o caldo das frentes que atuam pelo rock São Chicano. Bom poder contar com um artista com sua bagagem apoiando a nossa cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Ano da formação?
[Stammer] Essa formação foi fechada no final do ano passado, em Outubro se eu não me engano. Passamos um ano nos dedicando a músicas autorais, tanto as já gravadas, quanto novas, mas como o público não está acostumado a ouvir somente som autoral decidimos focar em alguns covers para conseguir toques!

[Grito Coletivo] Quem forma a Stammer hoje? 
[Stammer] Lucas Stammer, eu sou vocalista e auxilio nas bases às vezes, tanto no violão, quanto na guitarra. Juliano Szymanski Filho, é o baixista, esse cara está comigo desde as primeiras bandas, adquiriu muita experiência com a banda Zé a Mais que ele também faz parte. Ewerton Arruda, é o baterista, o último que entrou na banda, um excelente músico, saiu um pouco do heavy metal para tocar nosso estilo. Matheus Rezende, o mais novo da banda, mas um guitarrista excelente e muito disciplinado.

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Stammer] Não gosto de rótulos, mas, têm músicas autorais bem baladas e outras bem Heavy, resultado de todas as nossas influências. Podemos dizer que um estilo Hard n’ Heavy!

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Stammer] As principais influências são Kiss, Bon Jovi, Van Halen e Whitesnake, mas tocamos desde The Doors até Judas Priest, quando montamos nosso repertório, eu sempre sugiro uma música que me agrade e outras que agrade os demais integrantes.

[Grito Coletivo] Você lançou um EP em 2012, onde e quem produziu?
[Stammer] O EP In My Dreams foi gravado em Joinville no estúdio Judá 95, produzido pelo Allan Paiva, é um estúdio que trabalhou com a música gospel, se não estou enganado esse EP foi um dos primeiros não gospel a ser produzido.

[Grito Coletivo] E como foi o processo de produção?
[Stammer] Na época eu morava em Joinville e tinha recém saído da banda Babiton, estava procurando músicos para a gravação das músicas, fiquei alguns meses fazendo testes, mas nunca foi pra frente, então decidir gravar sozinho, um dia um amigo de trabalho me indicou o estúdio do primo dele, o estúdio da banda Judá 95.O Allan é uma pessoa bem eclética, conversamos bastante sobre como eu queria as músicas, ele chamou alguns amigos da banda dele mesmo e outros de fora para a gravação, sempre pedindo minha opinião em tudo, foi uma aula pra mim naquela época, gostei muito do resultado final!

[Grito Coletivo] Agora com a banda montada pretendem tocar este EP ao vivo, é isso?
[Stammer] Já tocamos duas músicas das quatro gravadas, mas da versão da banda Stammer, não da versão do EP. Dei total liberdade à banda e eles fizeram um ótimo trabalho, deixaram as músicas mais pesadas, mais progressivas.

[Grito Coletivo] Pensam em prensar este EP?
[Stammer] Eu fiz algumas cópias na época, menos de 100. Não pretendo prensar, acho que o tempo já passou, fazem 4 anos, atualmente elas já estão ultrapassadas, talvez eu coloque essas músicas com uma nova roupagem nos próximos EP’s, tenho que conversar com a banda sobre isso ainda.

[Grito Coletivo] Você gravou um clipe para uma música deste EP, qual música?
[Stammer] Sim, gravei o clipe da música In my Dreams.

[Grito Coletivo] Quem produziu o clipe?
[Stammer] Estava pensando em fazer esse clipe e conversei com o Cleber Francisco, o guitarrista da Kid Natasha, pois ele trabalha com filmagem e fotografia, ele me indicou a On Top Filmes de Joinville, no qual ele trabalha de freelancer.

[Grito Coletivo] Como foi o processo de gravação do clipe?
[Stammer] Foi muito divertido, passei o roteiro do clipe para o diretor Arnaldo Coito, ele me falou que com o orçamento que tínhamos iria ser difícil fazer tudo aquilo, teríamos muitos figurantes. Alteramos o roteiro, chamamos a atriz e o resultado foi aquele. Foram alguns meses de gravação e alguns meses de edição, o clipe demorou mais do que o previsto mas, gostei do resultado.  Logo após o término do clipe foi convidado para a gravação do filme “Os Fracassados” produzido pela On Top Filmes, acho que até o final do ano o filme fica pronto.

[Grito Coletivo] Fazem parte de algum grupo/coletivo/associação que faz trabalho extracampo pela cena?
[Stammer] Sim, fazemos parte do Movimento Bandas de São Francisco do Sul, se tudo der certo iremos reabrir a associação dos músicos, a meu ver, quanto mais bandas unidas, mais força teremos para propor algo para a cultura local.
[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Stammer] É o mais correto, somente assim mostraremos interesse, atingiremos um publico maior como o nosso trabalho e contribuiremos para a cultura da cidade.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Stammer] Primeiramente é a falta de incentivo, principalmente por parte da prefeitura, sem lei de incentivo à cultura fica ainda mais complicado. Outro ponto que atrapalha é a competição das bandas, nós vemos nas mídias cantores sertanejos ajudando uns aos outros, por que isso não pode acontecer com o Rock?
[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[Stammer] Acho que tudo mundo concorda que a maior deficiência é a falta de companheirismo que vemos por ai, muito ego e pouca união. A eficiência é que existe uma minoria que pensa diferente, sabe outros métodos de progredir com a carreira e querem ajudar, no cenário francisquense existem artistas incríveis, tanto da antiga quanto da nova geração, o apoio e o incentivo de outras pessoas que é que nos ajuda a seguir em frente.



[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas cenas?
[Stammer] Joinville é a maior cidade de Santa Catarina se tratando de população, então todos os gostos possíveis estão lá, o público é bem maior que em São Francisco, principalmente para nosso estilo porém, não muda muito, a maioria não sai de casa para ver som autoral. A grande diferença é a variedade de Pub’s e seus estilos, quanto ao apoio da prefeitura de Joinville fica na mesma que em São Chico.

[Grito Coletivo] Enxergam um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Stammer] Sim, estamos com uma formação que sabe o que quer, todos têm pensamentos semelhantes, todos têm plano para a banda crescer.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[Stammer] Para esse ano pretendemos terminar as composições do material autoral, realizar a gravação de um EP para a metade do ano e ainda o lançamento de um clipe.


Clipe Oficial: In My Dreams


Contato
Whatsapp: (47)9165-2056 (Lucas Stammer)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pedro Denis: in silence.

A primeira vez que ouvi o trabalho do Pedro Denis foi uma porrada! Por trás daquela demo despretensiosa, eu consegui enxergar todo o potencial deste artista. Percebi no ato que ali morava um grande compositor, profundo e criativo. Aos pouquinhos Pedro vem deixando seu material, ora em faixas, ora em vídeos e assim ele vai construindo sua carreira. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Como e quando entrou para a música?
[Pedro Denis] Comecei a estudar música quando tinha 8 anos, estudava bateria na época.

[Grito Coletivo] Qual o estilo de som que veem fazendo?
[Pedro Denis] Alternativo

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o seu som?
[Pedro Denis] The Mars Volta, The Do, Esteban

[Grito Coletivo] Em 2014 você lançou o EP “Tempo”, fale um pouco sobre este trabalho?
[Pedro Denis] Foi um trabalho bem demonstrativo, gravei em 1 dia no estúdio 2k, exceto estranho é pensar que é uma música que foi inserida ao trabalho mas é um single que foi lançado antes do EP.

[Grito Coletivo] Onde e quem produziu?
[Pedro Denis] Em São Francisco do Sul, foi gravado no estúdio 2k, quem martirizou as músicas foi o Kelwin Grochowicz.

[Grito Coletivo] Lançou o EP apenas digitalmente, pretende prensa-lo?
[Pedro Denis] Este trabalho eu lancei apenas digitalmente, não pretendo prensa-lo.

[Grito Coletivo] O que mudou no seu processo depois da experiência do seu primeiro EP?
[Pedro Denis] Atualmente tenho gravado em casa, pretendo produzir meus próximos trabalhos sozinho.

[Grito Coletivo] Como enxerga estes movimentos que fazem trabalho extracampo, como gestão e produção, feito por grupos, coletivos e associações?
[Pedro Denis] Tudo vem a agregar para que o trabalho final gere um bom resultado.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Pedro Denis] O engajamento do músico faz com que estes se materializem na realidade.

[Grito Coletivo] Você participa de algum destes movimentes? Qual?
[Pedro Denis] Não

[Grito Coletivo] Enxerga um bom espaço e oportunidades para você na cena atual?
[Pedro Denis] Não

[Grito Coletivo] Na sua visão o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Pedro Denis] Empreendedorismo

[Grito Coletivo] E o que poderia ser feito para melhora-la?
[Pedro Denis] Criação de eventos com aspecto cultural-musical em locais bem localizados.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Pedro Denis] Falta de eventos

[Grito Coletivo] Recentemente tenho visto muitos vídeos seus aparecendo na internet, como tem sido o feedback?
[Pedro Denis] Positivo, até então nenhuma crítica.

[Grito Coletivo] Alguma previsão de músicas novas para este ano?
[Pedro Denis] Este ano In Silence foi publicada no Youtube. Talvez mais trabalhos sejam lançados.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Pedro Denis] Aproveitar os dias



Contato para shows
(47)8440-3633

quarta-feira, 30 de março de 2016

Marco Wohlke e Narcóticos MC’S: traficando ideias.

Traficando ideias! Só por este título os caras já merecem respeito, mas depois de ler a entrevista você vai entender bem por que a gente já falou que a cena rap de São Chico é muito foda! Os caras fazem parecer fácil produzir músicas e clipes e conseguem manter o rap São Chicano em constante ebulição. Evoluindo as idéias e soltando o verbo é com eles que a gente vai conversar hoje. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Como e quando entrou para o rap?
[Marco e Narcóticos] Entrei no rap em 2009, onde na cidade não havia muitos rappers e nenhum estúdio ou produtor musical do gênero.  Então comecei a escrever, produzir, gravar e mixar minhas próprias músicas. Poderia ter escolhido outro estilo musical, mas pela força de expressão e pelo quanto à poesia me agradava eu escolhi o rap. O rap sempre foi a minha cara.

[Grito Coletivo] Vi que você está lançando um cd solo, fale um pouco deste disco?
[Marco e Narcóticos] O disco vem numa pegada bem quente e nenhuma das faixas são sequer parecidas. Tentei colocar nas músicas todo o sentimento e visão que procurava para começar a escrever com clareza, para que o ouvinte entenda a mensagem exatamente como quero passar. O tema escolhido foi "Visões", no qual a última faixa retrata nitidamente isso. Todas as músicas são relacionadas ao que eu vejo ou ao que eu vi em algum momento. Seja um momento sóbrio, um lapso de surto, um delírio, nada além do que eu já tenha visto em algum momento da minha vida.

[Grito Coletivo] Onde e quem produziu?
[Marco e Narcóticos] Os instrumentais do disco foi todo produzido por mim, exceto a faixa 02 que é produção do "Magrelo" (beatmaker de São chico) e foi gravada no estúdio 2k. O restante das faixas foram gravadas, mixadas e masterizadas pelo meu irmão ApbeatzZ  (também beatmaker de são chico)

[Grito Coletivo] É seu primeiro material prensado?
[Marco e Narcóticos] Esse não é meu primeiro disco, mas é o meu primeiro trabalho prensado.

[Grito Coletivo] Quais os planos após depois que receber os discos?
[Marco e Narcóticos] Transmitir o que o disco irá trazer porque não é apenas um disco, mas sim o suor, amor, respeito, dignidade, verdade, vida, paz e justiça pelo qual tanto lutamos.

[Grito Coletivo] Além deste trabalho solo você também faz parte do Narcóticos MC’s. Quem são os integrantes?
[Marco e Narcóticos] Sim, além deste trabalho solo tenho a Narcóticos Mc's. Somos dois mc's, eu e o Alcides (Piassava) que também tem planos futuros de fazer um disco solo.

[Grito Coletivo] Quando o grupo teve inicio?
[Marco e Narcóticos] O grupo teve inicio em meados de 2010.

[Grito Coletivo] Quantos discos/EP’s a Narcóticos já lançou?
[Marco e Narcóticos] A Narcóticos tem um cd pronto, que ainda não foi pra prensa, chamado "Traficando Ideias" com 12 faixas. Já estamos trabalhando em um segundo disco chamado "Sujeira" onde lançamos dois sons: "Narcotiando" e "Liga nas Ideias".

[Grito Coletivo] Na última década houve uma grande transformação da cena musical depois da abertura do 2K Estúdio, ela também afetou a cena Rap, como?
[Marco e Narcóticos] Sim. Lembro que fui um dos primeiros rappers a gravar na 2k Studio e foi de uma forte influência na cena porque nos proporcionou mais facilidade e mais qualidade na hora de gravar e mixar nossos sons. Meu primeiro disco "Essa é a Hora", foi gravado lá e ficou um trabalho surpreendente.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Marco e Narcóticos] Onde a terra não é boa dizem que a planta não cresce. Precisamos arar e adubar a nossa terra. Temos ótimos músicos, um ótimo estúdio, ótimas ideias, mas também somos humanos e temos muitos sentimentos no qual se não revermos e mudarmos, ficaremos assim pra sempre. 80% de todos os artistas sejam eles escritores, músicos, grafiteiros, instrumentistas ou produtores são independentes mesmo com tanto talento. outro fato que infelismente vem acontecendo na nossa ilha é a falta de união entre os nossos e entre o nosso próximo, muitas vezes a falta de respeito com quem trabalha duro, com quem está na cena e da o sangue pelo que faz. Parece que por aqui quem faz muito recebe pouco, isso tem que mudar, abram seus olhos e vejam que se não for nós por nós ninguem vai fazer no nosso lugar, não adianta só falar, temos que agir, corrigir o que estamos fazendo de errado, e entender os pensamentos, ninguém é igual, e nem deve ser assim, ta sobrando lugar, mais ta faltando espaço, enfim. Se não formos fortes e pensar sempre grande a nossa cena continuará a mesma. Somos francisquenses, a cena de São Chico só depende de nóis!

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade que vocês encontram pra realizar o trabalho de vocês hoje?
[Marco e Narcóticos] Sinceramente? A polícia, a burocracia, o dinheiro, a inveja, o rancor, a tiazinha que odeia som alto, a cabeça fechada da sociedade em geral, que ainda pensa que  roupas, tatuagens, até pelo nosso cabelo pode optar no nosso caracter,  os engravatados que só sabem apontar o dedo sem sequer escutar o que temos a dizer, Se fosse só por nós a cena já estava muito mais movimentada, mas tudo tem um porque, um pra que, um empecilho pra nos fazer desanimar, pra tirar a paciência, mas ninguém falou que seria fácil. A nossa voz vai chegar e a nossa revolução não ira passar na tv.

[Grito Coletivo] Como tem sido a aceitação do som de vocês dentro e fora de São Chico?
[Marco e Narcóticos] Tem sido muito boa. Muito mais divulgada pelas ruas nas quebradas que pela internet, posso realmente afirmar que não somos rappers de intenert, somos poetas das ruas e é lá que precisamos tocar, sempre tem um mano que precisa de um palavra a mais, e  quem escuta mesmo o nosso som e depois vem falar conosco geralmente fala muito bem, mas também tem a opinião de quem não para pra nos escutar e distorce a mensagem que passamos em nossas letras! Essas pessoas não estão gostando do fato de pouco a pouco estarmos progredindo hahah.

[Grito Coletivo] Alguma previsão para o lançamento do disco?
[Marco e Narcóticos] Final de março estará nas ruas de São Chico.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Marco e Narcóticos] Passar a mensagem que venho pregando há anos porque o foco é progresso pros meus no rap nacional.



sábado, 26 de março de 2016

Velho Teddy: o conto e o rock.

Figura conhecida e amada da galera rock da cidade, Fernando Constantino, mais conhecido como Velho, já surpreendia pelo personalidade e presença marcantes nas bandas que passou.  Eis que ele tira da cartola, ou melhor, do baú de tesouros, talvez o projeto mais criativo da ilha no momento: como Velho Teddy ele conta histórias infantis musicadas com influência do melhor do rock'n'roll. Mais uma faceta da nossa São Chico do Rock. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quando começou o Velho Teddy?
[Velho Teddy] Por volta de fevereiro de 2015.

[Grito Coletivo] Como define o estilo quem vem fazendo?
[Velho Teddy] Diria que é pouco de tudo. Tento não me prender a um só estilo.

[Grito Coletivo] Como nasceu a ideia do Velho Teddy?
[Velho Teddy] Estava trabalhando como professor e comecei a adaptar algumas aulas usando música. Daí em diante a ideia de musicar contos infantis surgiu e o projeto foi acontecendo.

[Grito Coletivo] Você foi por muitos anos baixista e vocalista da Kid Natasha, como é agora tocar sozinho?
[Velho Teddy] No começo foi complicado, pois é uma outra estrutura de trabalho. Mas com o tempo fui me adaptando, e posso dizer que tem sido uma experiência bem produtiva pois evolui mais, expandi meus horizontes buscando vários elementos em sons diferentes.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para este projeto?
[Velho Teddy] Com certeza Os Mutantes, pelo fundo psicodélico das histórias, e também o Hélio Ziskind, mestre na arte de som infantil.

[Grito Coletivo] Conte um pouco sobre as gravações que estão acontecendo lá no 2K Estúdio?
[Velho Teddy] Está saindo aos poucos, até porque foi difícil encontrar músicos interessados em gravar. Mas felizmente a primeira história já saiu e estamos agendando datas para iniciar a gravação da segunda história.

[Grito Coletivo] Quem são os músicos que estão te acompanhando neste projeto?
[Velho Teddy] Cara, dei sorte! Estou tocando com um cara muito criativo chamado Rodrigo Passos. Ele é guitarrista, mas nesse projeto está no baixo. E na bateria está esse cara incrível que é o Kelwin Grochowicz. É um power trio! Sempre quis! Inclusive, você está convidado para uma participação nas Teclas da próxima história.

[Grito Coletivo] Quantas faixas pretende gravar?
[Velho Teddy] Seis faixas com as versões dos contos infantis,  além de algumas outras de sons que marcaram minha infância.

[Grito Coletivo] Quais os planos pra depois de concluída as gravações?
[Velho Teddy] Buscar um grupo que tenha interesse em encenar um teatro de fundo das histórias, além de buscar o acompanhamento de uma orquestra.

[Grito Coletivo] Que tipo de lugares estão abertos para este tipo de projeto?
[Velho Teddy] Por ser um som nostálgico, há bastante variedade: desde escolas a feiras culturais, teatros e festivais de música. Afinal, quem não curte cantar e dançar as músicas que marcaram sua infância?

[Grito Coletivo] A sua banda anterior, Kid Natasha, sempre esteve engajada nos principais movimentos musicais da cidade. Você pretende continuar participando destes movimentos?
[Velho Teddy] Sim, acredito que independentemente do estilo musical a cena precisa se fortalecer.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Velho Teddy] É preciso estar totalmente focado, já que muitas ideias podem ajudar, como também atrapalhar.

[Grito Coletivo] Você enxerga um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Velho Teddy] Com certeza, pois é um tipo de som que tem poucas restrições quanto ao ambiente e público.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Velho Teddy] A falta de união entre os parceiros. Só reclamar a pouca falta de espaço é fácil, mas não resolve o problema.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Velho Teddy] Olha, a eficiência é a variedade de estilos musicais. A deficiência é o pouco reconhecimento e consequente falta de investimento no trabalho dos músicos. É claro que já vimos vários festivais acontecerem, mas isso ocorreu devido a dedicação de todo um grupo, algo que poderia acontecer sempre.

[Grito Coletivo] Recentemente você lançou umas das músicas deste projeto em vídeo, como tem sido o feedback?
[Velho Teddy] O mais positivo possível! Tem alcançado muitas pessoas, apesar de ter sido lançado a pouco tempo.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Velho Teddy] Estou focado em desenvolver o projeto. Pretendo fazer uma tour gratuita pelas escolas de São Chico para divulgar meu trabalho. Também vou me inscrever para o festival de música “Não Vai Ter Coca”, que acontece aqui na cidade em maio. Além disso, recebi um convite para ingressar na ABCH (Academia Brasileira de Contadores de História).



Contato: 
Fernando Constantino - 
(47) 97925506 / (47)97925509